O senador Renan Calheiros alertou para os efeitos da crise global sobre a agricultura, em especial, sobre o aumento dos custos e a redução dos lucros na produção de leite em Alagoas.
“Com a crise global, o mercado virou de ponta cabeça. O preço do leite ao produtor caiu consecutivamente e os custos da aumentaram, em média, mais de 22%”, afirmou.
Renan citou uma pesquisa da CONAB que apurou uma elevação dos custos operacionais de 64 centavos por litro para 83 centavos por litro, dependendo da região. Estes custos incluem todas as despesas, custos variáveis e depreciações. “Enquanto isso, a média de preço praticada em Alagoas estava em 72 centavos em fevereiro, reduzindo a margem de lucro para alguns poucos centavos ou gerando prejuízo”.
O Líder do PMDB pediu algumas medidas, entre elas: isenção de ICMS para as Cooperativas de Produção e Comercialização de Produtos Lácteos, por um prazo determinado; aumentar a quantidade diária de leite fornecido pelo PROGRAMA DO LEITE, que hoje é de 53.500 litros/dia, em razão do fato de que o estado apresenta um quadro de 350 mil famílias desnutridas; implantar o programa “COPO DE LEITE”, a exemplo de Minas Gerais, para a aquisição de leite e derivados para a merenda escolar; a adoção do atual modelo de exploração leiteira de pequenos produtores no semi-árido alagoano, posto em prática nos municípios de Belo Monte, Jaramataia, Jacaré dos Homens, Monteirópolis e Olho D’Água das Flores e dotar a ADEAL – Agência de Defesa Agropecuária de Alagoas — com a estrutura necessária para cumprir as metas sanitárias exigidas pelo Ministério da Agricultura, a fim de reclassificar o estado, no que diz respeito à ZONA DE RISCO do controle da febre aftosa, e implementar o programa estadual de controle e erradicação da brucelose e tuberculose.
Produção – A exploração leiteira é o segundo negócio agropecuário do estado, com cerca de 2.500 imóveis rurais ativos, sendo 70% de pequenos e médios produtores. Eles geram 125 mil empregos diretos. Alagoas é, hoje, o primeiro produtor de leite do Nordeste e o 3º do País. O estado produz uma média diária de 650 mil litros e tem um rebanho aproximado de 100 mil vacas leiteiras.
